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Coroação de Pio XII |
“Choramos a um grande servidor da paz que levantou sua voz pelas vítimas quando o terrível martírio se abateu sobre nosso povo”. Golda Meier
“Com a alma
profundamente penalizada vos damos agora, às 3h 56min, a seguinte informação:
Pio XII morreu.”
A morte do
último Papa católico teria ocorrido às 3h52 do dia 09 de outubro do ano de
1958, uma quinta-feira, na festa de São João Leonardi, São Dionísio, São
Rústico e Santo Eleutério.
Eugenio Maria
Giuseppe Giovanni Pacelli, nasceu em 02 de março de 1876 em Roma, filho de
Fillippo Pacelli e de Virginia Pacelli. Ordenado sacerdote em 02 de abril de
1899 na Ordem dos Pregadores, em 13 de maio de 1917, primeira aparição de
Fátima, é ordenado Bispo pelo Papa Bento XV.
De 1933 a
1939 reuniu 55 protestos contra a Concordata com o Reich, denunciando a sua violação.
Colaborou com o Papa Pio XI na elaboração da Encíclica Mit brennender Sorge condenando
o paganismo e a ideologia nazista, o primeiro documento que denunciava o
nazismo resultando na perseguição da Igreja pelo regime de Hitler.
Em 02 de
março de 1939 é eleito Papa sob o título de PIO XII, primeiro romano desde 1724
a sentar da cátedra de São Pedro.
Já em 03 de
março de 1939, Pio XII se mostra preocupado com uma guerra que aparenta
iminente, buscando esforços junto as nações que caminham para um conflito beligerante.
Esforços de
paz são encaminhados para o Reino Unido, França, Polônia, Alemanha e Itália.
Uma semana
antes do início de fato da II Guerra, em 24 de agosto, faz um novo apelo de paz
e em 20 de outubro publica a sua primeira carta, Summi Pontificatus, onde
demonstra a sua preocupação e a angústia pelo conflito iniciado.
No Natal de
1942 condena novamente a perseguição aos judeus, em 1943 reafirma a condenação,
em julho e agosto de 1943 leva conforto as vítimas do ataque aéreo dos aliados
contra Roma, visitando pessoalmente as vítimas.
A 10 de
setembro de 1943 manda abrir os portões do Vaticano para os refugiados durante
a invasão nazista de Roma, calculam entre 800 mil a 1.500.000 de pessoas sob a
proteção da Igreja. Aproximadamente 5 mil judeus ficaram escondidos em conventos
e mosteiros na cidade de Roma, outros 3 mil em Castel Gandolfo, outros tantos
na Universidade Gregoriana, no Pontifício Instituto Bíblico e mais centenas em
Igrejas espalhadas por toda Itália.
Hitler
determinou a SS que sequestrasse o Santo Padre com toda a Cúria, ocupasse o
Vaticano e tomasse o cuidado em preservar os documentos, arquivos e os tesouros
artísticos, o temor do líder alemão era a possibilidade de que Papa aumentaria
ainda mais as críticas as perseguições aos judeus e a sua oposição fortaleceria
uma resistência maior a ocupação da Itália.
Pio XII
diante da ameaça nazista, orientou a cúria em procurar refúgio em um país que
não estivesse envolvido no conflito, possivelmente Portugal e que fosse eleito
um novo Papa e restabelecimento da liderança da Igreja.
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O Então Núncio Papal, Eugenio Pacelli, futuro Papa Pio XII, distribui pacotes aos prisioneiros da guerra na Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. Toda a caridade fraterna de um dos Papas mais caluniados de todos os tempos. Fonte imagem: http://permanencia.org.br/drupal/node/1313 |
Com o fim da
guerra em 29 de novembro, oitenta representantes dos campos de concentração
foram agradecer ao Papa a posição da Igreja ante o nazismo e as vidas de muitos
judeus salvos pelo Vaticano.
Com o fim do
nazismo, o Santo Padre teve que conviver com o alastramento do comunismo,
publicando em 1949 um Decreto contra o comunismo e consequentemente a excomunhão
de todos os defensores e adeptos desse mal.
Durante o seu
pontificado foram beatificados oito santos, entre Pio X, o último Papa santo e
beatificou cinco servos de Deus.
Em 1942
consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria, ao primeiro dia do mês de
novembro, festa de Todos os Santos, proclama, usando do Magistério da Infalibilidade
papal, o Dogma da Assunção de Maria, através da Constituição Munificentissimus
Deus.
Consta-se que
o Papa Pio XII faleceu em decorrência de um infarto agudo do miocárdio, na
madrugada do dia 09 de outubro de 1958, após sofrer um segundo infarto, às
06:30 do dia 08 de outubro.
Um primeiro
ataque cardíaco do Papa foi na segunda-feira 07 de outubro, após foi lhe dado a
extrema unção e às 08:15 do dia 08 de outubro o Santo Padre pediu a comunhão,
que não foi possível lhe ser ministrada, sendo então lhe dada a absolvição. E
às 03:52 do dia 09 de outubro de 1958, seguiu ao encontro do Pai.
Pio XII, tão
injustamente criticado e atacado pelos inimigos de Cristo, por pessoas
asquerosas desprovidas de moral com caráter desprezíveis, acusando o Papa de
apoiar o nazismo e voltar-se contra, principalmente os judeus durante a II
Guerra, perseguidos pela Alemanha de Hitler.
Alguns
celebres judeus deixarem suas declarações em relação ao Papa Pio XII:
“Quando aconteceu a revolução na Alemanha, olhei
com confiança as universidades, pois sabia que sempre se orgulharam de sua
devoção por causa da verdade. Mas as universidades foram amordaçadas. Então,
confiei nos grandes editores dos diários que proclamavam seu amor pela
liberdade. Mas, do mesmo modo que as universidades, também eles tiveram que se
calar, sufocados em poucas semanas. Somente a Igreja permaneceu firme, em pé,
para fechar o caminho às campanhas de Hitler que pretendiam suprimir a verdade.
Antes eu nunca havia experimentado um interesse particular pela Igreja, mas
agora sinto por ela um grande afeto e admiração, porque a Igreja foi a única
que teve a valentia e a constância para defender a verdade intelectual e a
liberdade moral.” - Albert
Einstein, judeu alemão, Prêmio Nobel de Física
“O povo de Israel nunca se
esquecerá o que Sua Santidade [Pio XII] e seus ilustres delegados, inspirados
pelos princípios eternos da religião que formam os fundamentos mesmos da
civilização verdadeira, estão fazendo por nossos desafortunados irmãos e irmãs
nesta hora, a mais trágica de nossa história, que é a prova viva da divina
Providência neste mundo.” - Isaac Herzog, Gran Rabino da Palestina, em 28 de
fevereiro de 1944
“Não é fácil para nós encontrar as palavras
adequadas para expressar o calor e consolo que experimentamos pela preocupação
do Sumo Pontífice [Pio XII], que ofereceu uma grande soma para aliviar os
sofrimentos dos judeus deportados; os judeus da Romênia nunca esqueceremos
estes fatos de importância histórica.” - Alexander Shafran, Gran Rabino de Bucarest, em 7 de
abril de 1944
“Temos ouvido em muitas partes que o Santo Padre
[Pio XII] foi omisso na salvação dos refugiados na Itália, e sabemos de fontes
que merecem confiança que este grande Papa estendeu suas mãos poderosas e
acolhedoras para ajudar aos oprimidos na Hungria”. - Juez Joseph Proskauer, presidente do
“American Jewish Committee”, na Marcha de Conscientização de 31 de julho de
1944 em Nova York
“Dirigimos uma reverente homenagem de
reconhecimento ao Sumo Pontífice [Pio XII], aos religiosos e religiosas que
puseram em prática as diretrizes do Santo Padre, somente viram nos perseguidos
a irmãos, e com arrojo e abnegação atuaram de forma inteligente e eficaz para
socorrer-nos, sem pensar nos gravíssimos perigos a que se expunham.” - Giuseppe Nathan, Comissário da União de
Comunidades Israelitas Italianas, 07-09-1945
“Ao Santo Padre [Pio XII], em nome da União das
Comunidades Israelitas, o mais sentido agradecimento pela obra levada a cabo
pela Igreja Católica em favor do povo judeu em toda a Europa durante a Guerra”.
- A.Leo
Kubowitzki, Secretário Geral do “World Jewish Congress” (Congresso Judeu
Mundial ), 21-09-1945
“Desejaria aproveitar esta oportunidade para render
homenagem ao Papa Pio XII por seu esforço em favor das vítimas da Guerra e da
opressão. Proveu ajuda aos judeus na Itália e interveio a favor dos refugiados
para aliviar sua carga”. - William
Rosenwald, presidente de “United Jewish Appeal for Refugees”, 17 de março de
1946
“Podem ser escritos volumes sobre as multiformes
obras de socorro de Pio XII. As regras da severa clausura caíram, todas e cada
uma das coisas estão a serviço da caridade. Escolas, oficinas administrativas,
igrejas, conventos, todos têm seus hóspedes. Como uma sentinela diante da
sagrada herança da dor humana, surge o Pastor Angélico, Pio XII. Ele viu o
abismo de desgraça ao qual a humanidade se dirige. Ele mediu e prognosticou a
imensidão da tragédia. Ele fez de si mesmo o arauto da voz da justiça e o
defensor da verdadeira paz”. - Eugenio Zolli, em seu livro “Before the Dawn”
(Antes da Aurora), 1954; seu nome original era Israel Zoller, Gran Rabino de
Roma; durante a Segunda Guerra Mundial; convertido ao cristianismo em 1945, foi
batizado como “Eugenio” em honra de Eugenio Pacelli, Pío XII
“Choramos a um grande servidor da paz que levantou
sua voz pelas vítimas quando o terrível martírio se abateu sobre nosso povo”. Golda Meier, ministra do Exterior de Israel,
outubro de 1958, ao morrer Pío XII
“Em um tempo em que a força
armada dominava de forma indiscriminada e o sentido moral havia caído ao nível
mais baixo, Pio XII não dispunha de força alguma semelhante e pôde apelar
somente à moral; se viu obrigado a contrastar a violência do mal com as mãos
desnudas. Poderia ter elevado vibrantes protestos, que pareceriam inclusive
insensatos, ou melhor proceder passo a passo,
em silêncio. Palavras gritadas ou atos silenciosos. Pio XII escolheu os atos
silenciosos e tratou de salvar o que poderia ser salvo.” - Pinchas E. Lapide, historiador hebreu e
consul de Israel em Milão, em sua obra “Three Popes and Jews” (Três Papas e os
Judeus), Londres 1967; ele calcula que Pío XII e a Igreja salvaram com suas
intervenções 850.000 vidas
“O mesmo Papa foi denunciado por
Joseph Goebbels – ministro de Propagando do governo nazista – por haver tomado
a defesa dos judeus na mensagem de Natal de 1942, onde criticou o racismo.
Desempenhou também um papel, que descrevo com alguns detalhes, no resgate das
três quartas partes dos judeus de Roma”. - Sir Martin Gilbert, historiador judeu
inglês, especialista no Holocausto e a Segunda Guerra Mundial, 02-02-2003
“O linchamento contra Pio XII? Um absurdo. Venho de
uma família de origem judia e tenho parentes que morreram nos campos de
concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Esse Papa [Pio XII] e a Igreja
que tanto dependia dele, fizeram muitíssimo pelos judeus. Seis milhões de
judeus assassinados pelos nazistas e quase um milhão de judeus salvos graças à
estrutura da Igreja e deste Pontífice. Se recrimina a Pio XII por não ter dado
um grito diante das deportações do gueto de Roma, mas outros historiadores têm
observado que nunca viram os antifacistas correndo à estação para tratar de
deter o trem dos deportados. Um dos motivos por que este importante Papa foi
crucificado se deve ao fato de que tomou parte contra o universo comunista de
maneira dura, forte e decidida.” - Paolo Mieri, periodista judeu italiano, 6 de junho
de 2001.
“Pio XII não foi o Papa de
Hitler, mas o defensor maior que já tiveram os judeus, e precisamente no
momento em que o necessitávamos. O Papa Pacelli foi um justo entre as nações a
quem há de reconhecer haver protegido e salvado a centenas de milhares de
judeus. É difícil imaginar que tantos líderes mundiais do judaísmo, em
continentes tão diferentes, tenham se equivocado ou confundido a hora de louvar
a conduta do Papa durante a Guerra. Sua gratidão a Pio XII permaneceu durante
muito tempo, e era genuína e profunda. - David
G. Dalin, rabino de Nova York e historiador, 22 de agosto de 2004.
Roosevelt Maria de Castro
Fontes
e notas:
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