"O povo precisa ser forte. Não os políticos, não os partidos, não o estamento burocrático"
Paulo Roberto de Oliveira Santos*
O povo brasileiro
precisa ser forte. Não no sentido de resistir a alguma ameaça, ou de suportar
alguma grande tragédia. O povo precisa ter autonomia, liberdade segurança; o
povo precisa ser respeitado, amparado, cuidado. Enfim, o povo precisa que os
governantes busquem não o seu bem próprio, mas o bem comum do povo que
representa, pois independentemente da forma ou do sistema de governo adotado,
quem governa o faz em nome do povo, pelo povo e para o povo.
Há alguns anos,
não é o povo brasileiro que tem sido forte. O povo tem suportado com garra a
determinação as várias tentativas de fazê-lo cada vez mais dependente e
enfraquecido, tentativas estas feitas pelo estamento burocrático liderado pelos
partidos políticos, e acompanhado por empresários, juízes, jornalistas; e tudo
o que vem sendo noticiado diariamente nas várias plataformas de comunicação, em
vários veículos e nas redes sociais são suficientes para que seja dispensada a
necessidade de citar nomes. Isso se dá também porque este texto não é resultado
de uma apuração feita por um jornalismo investigativo, mas apenas uma tentativa
de apontar certas urgências para que o povo brasileiro seja forte.
Primeiramente, é
necessário acabar com o fundo partidário. É vergonhoso que um povo pague para
que partidos se fortaleçam, pois este dinheiro não é utilizado apenas para
fazer campanhas, mas para sustentar toda uma estrutura partidária, o que até
seria um pouco menos escandaloso se estes partidos de fato representassem o
povo. Contudo, as votações na Câmara dos Deputados para que se investigasse os
presidentes Dilma e Temer demonstraram que os políticos representam o partido,
pois diziam que votavam seguindo orientação deste. Quanto aos partidos, os
vários esquemas criminosos em que vários deles se envolveram demonstram que
visam atender aos interesses das empresas, à próprias ideologias, mas não ao
bem comum. E o pior absurdo está em atos como o do PDT que, conforme noticiou a
Edição 10 da revista digital Crusoé, doou cerca de R$ 34 mil para a
Internacional Socialista. Porque o dinheiro do Fundo Partidário, obtido através
do imposto pago com o suor dos brasileiros, é dado de presente para auxiliar uma
instituição internacional e que segue determinada linha ideológica, que não é
unanimidade entre os brasileiros e que não serve ao bem comum deste povo?
Obviamente,
surgirão aqueles que dirão que acabar com o Fundo Partidário favorecerá o
capital, aqueles que tem dinheiro para financiar a própria campanha.
Entretanto, entra outro problema: porque tantas pessoas tem tanto interesse e
investem tanto dinheiro para obter um mandato político? Será pela facilidade de
enriquecimento? Será pela influência e status que passarão a ter perante parte
da sociedade? Será para legislarem em causa própria, seja para fazer prosperar
suas empresas, suas ideologias ou suas facções criminosas? O fato é que tudo
isso é possível, em maior ou menor grau, quando se ocupa um cargo eletivo. Uma
das formas de ao menos diminuir o ímpeto por um cargo é manter apenas o salário
dos políticos e eliminar todo e qualquer tipo de verba parlamentar. Outras
medidas possíveis: realizar apenas uma eleição geral para todos os cargos a
cada cinco anos, sem direito a reeleição para nenhum dos cargos; reduzir a
quantidade de deputados federais e de senadores, acabar com as assembleias
legislativas dos Estados, substituindo-a por um conselho de municípios, formada
pelos prefeitos e alguns vereadores, pois se já existem as leis em nível
federal, que estão acima dos Estados, bem como leis municipais, que promove o
ordenamento social e jurídico localmente, que necessidade há de mais cargos eletivos
em nível estadual? Apenas para inflar ainda mais o estamento burocrático?
Enfim, uma medida
não menos importante é acabar com a obrigatoriedade de um cidadão ser filiado a
um partido político para que possa se candidatar a algum cargo. Quantos
cidadãos brasileiros gostariam de se candidatar a algum cargo eletivo, com
verdadeiro interesse de servir o bem comum de sua cidade ou de seu país, mas
não entram na vida política devido ao sistema eleitoral precário e injusto que
existe no Brasil? No atual sistema partidário, que força o povo possui? Que
representatividade o povo possui? De que forma o povo governa? Que tipo de
democracia é essa que insistem em dizer que vigora no Brasil? Obviamente surgem
outras demandas, como evitar brechas para fraudes e, como dizia Ulysses
Guimarães: não roubar, não deixar roubar e colocar na cadeia quem rouba.
As medidas
apontadas acima enxugam, em parte a máquina administrativa, o que, mesmo
carecendo de outras medidas para se efetivar, possibilitam a redução drástica
de impostos. E com menos impostos, as pessoas pagam menos por transporte,
ensino, moradia, alimentação, saúde, segurança. Pagando menos por estes
serviços, ou melhor dizendo, não sendo sufocado através de impostos para pagar
por serviços básicos e que atualmente são de péssima qualidade, sobrará mais
dinheiro para que o povo seja livre. Porque o povo não pode ter a liberdade de
escolher a casa que quiser, construída da maneira que quiser e no local que
quiser? Porque o povo não pode ser livre para estudar na instituição de ensino
de sua preferência ou comprar carro à vista, sem ter que se preocupar com sua
manutenção? Ou melhor ainda, porque as pessoas não podem usufruir, no Brasil,
de transporte coletivo de qualidade, e em diferentes modais? Será difícil
perceber que quanto mais elevados os impostos, maior a dificuldade do povo de
acessar estes serviços? E quanto maior a dificuldade de acesso, maior a
necessidade de intervenção por parte do governo? E tal intervenção não serve de
palanque político para pessoas inescrupulosas que se utilizam da tragédia
alheia para ganhar voto e manter o povo enfraquecido? Se para algumas pessoas certos
programas de auxílio social e transferência de renda são considerados uma oportunidade,
por outro lado, a situação descrita anteriormente é evidente.
O povo precisa ser
forte. Não os políticos, não os partidos, não o estamento burocrático. Empresas,
governantes, instituições devem ser fortes exclusivamente para servir ao
fortalecimento, autonomia e liberdade do povo, enfim, ao seu bem comum. As
medidas apontadas ao longo deste texto são sugestões (factíveis) para este
caminho. Porém, não há ordenamento jurídico, sistema eleitoral ou forma de
governo que resista à imoralidade. Desta forma, paralelamente às medidas
apontadas, é necessária uma restauração moral para que o fortalecimento do povo
brasileiro seja real.
* Paulo Roberto de Oliveira dos Santos, Católico casado,
pai de 3 filhos, professor e jornalista; licenciatura plena em Filosofia pela
Faculdade Católica de Anápolis, especialista em Filosofia do Direito pela
Faculdade Phênix de Ciências Humanas e Sociais; mestrando em Educação
Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal de Goiás, campus Anápolis;
produtor e apresentador do programa Ponto de Vista pela Rádio Voz do Coração
Imaculado entre abril de 2012 e dezembro de 2014
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