"os policiais que praticam sua fé e confiam na ajuda da Igreja, em geral são pessoas com melhor critério, mais compassivos e com que vida familiar melhor."
Plinio Maria Solimeo
Hoje é politicamente correto
criticar instituições que não afinam com a orientação da esquerda e não fazem
seu jogo. Assim, enquanto certa mídia tem toda complacência com os chamados
“Movimentos Sociais” e os marginais, demonstra ao mesmo tempo profunda antipatia
em relação às forças de segurança quando estas combatem a violência e a
desordem.
Isso ocorre não somente no
Brasil, mas em todo mundo. Vamos analisar aqui a violência contra a polícia nos
Estados Unidos, que atinge níveis impressionantes.
Segundo estatísticas do Federal
Bureau of Investigation (FBI), neste ano já foram mortos 12 policiais em
emboscadas premeditadas, mais do que nos últimos dois anos.
A maior parte desses atentados
ocorre em paradas de trânsito, perseguições, buscas, ou quando os policiais
respondem a chamados e investigam atividades suspeitas[1].
Ainda de acordo com o FBI, 50.212
policiais em serviço foram agredidos em 2015, dos quais 28% ficaram feridos.
Segundo outras fontes, 48.315 policiais foram agredidos em 2014.
Desde o início de 2016, foram
mortos a tiro 45 policiais, e 10 outros atropelados[2].
É evidente que esse clima de
insegurança abala os policiais. E leva o chefe de polícia de Bardstown a dizer
que não deixa sua arma nem quando vai ao mercado ou corta a grama de seu
jardim. Mesmo quando toma uma ducha, tranca todas as portas de sua residência[3].
Como o policial católico deve agir
Nesse
clima de tensão e risco, a religiosidade dos policiais tem sido de muita ajuda.
Como comentamos recentemente, boa parte dos católicos nos Estados Unidos não
tem respeito humano de manifestar sua fé. Apresentamos nesse sentido
declarações de esportistas famosos. O mesmo pode-se dizer de policiais[4].
Por isso há os que, além da arma
material, não saem em missão sem uma arma espiritual. Esse é o caso do policial
Sharif Said, católico da cidade de Milwaukee, em Wisconsin. Ele sempre leva
presa à sua farda uma medalha São Miguel Arcanjo, protetor dos agentes de
polícia. Essa medalha tem no reverso a imagem de São Judas Tadeu, patrono da
esperança e dos casos impossíveis.
Sharif declarou ao National
Catholic Register que “sua
fé é a única coisa que o mantém de pé para servir sua comunidade em meio ao
perigo”. Ele deve lidar todos os dias com casos de abusos domésticos,
drogas, quadrilhas, entre outras coisas. Por isso, diz que “muito do que fazemos são obras de
misericórdia corporais e espirituais, como dar bom conselho a pessoas com lares
desfeitos, consolar os acometidos pelo crime, e mesmo enterrar os mortos”.
Confissão frequente e adoração ao Santíssimo Sacramento
O capitão Rhett Brotherton, da
polícia de Oklahoma, também católico, ressalta que seus agentes necessitam do
apoio espiritual dos Sacramentos e do ministério da Igreja Católica.
Ele esclarece que “os policiais que praticam sua fé e confiam
na ajuda da Igreja, em geral são pessoas com melhor critério, mais compassivos
e com que vida familiar melhor. Viver sua fé lhes dá uma força em face das
tentações de cinismo e de niilismo que se infiltram na vida pessoal e em suas
relações, o que pode afastá-los de seus filhos”.
Brotherton fala de sua própria
experiência: “Tenho notado que
a confissão frequente e a adoração ao Santíssimo Sacramento são pontos
fundamentais para mim, para eu não me contaminar com o mal no qual estou muitas
vezes imerso devido à minha profissão. Definitivamente, não quero viver em
pecado mortal”.
Uma coisa muito importante para
ele na vida policial é que a população reconheça o sacrifício que fazem. E,
sobretudo, lhes agradeça pelo risco que correm. Isso constitui para eles “pequenos raios de luz num mundo tenebroso”.
Evidentemente, os policiais
católicos recebem grande apoio de seus capelães militares, o que explica o fato
de haver uma crescente demanda de capelães na polícia. Na de Nova York, por
exemplo, os capelães instituíram um especial programa de ajuda aos policiais
católicos em dificuldades.
O ex-policial, Charlie Carroll [foto], que trabalhou durante dez anos
no Departamento de Polícia de Nova York, diz que em sua carreira viu muitos
crimes “difíceis de imaginar”, mas
constatou também muita bondade. Ele procurava atender os sem teto, dentro ou
fora do serviço. “Sou católico,
por isso só os trato como Jesus o faria. Isso é o que Ele me legou através de
minha carreira”.
O também ex-policial Mark
Byington, professor de criminologia na Universidade de Jefferson, em Hillsboro,
com duas décadas de experiência no serviço ativo, diz que a Igreja necessita de
um forte ministério para as famílias dos policiais, entre os quais há altas
taxas de divórcio e separação, além de muitos experimentarem transtorno de
estresse pós-traumático do trabalho.
Para combater essa situação, ele
organizou numa casa de jesuítas o primeiro “Retiro de São Miguel” para
policiais das costas leste e oeste. Um aspecto importante nesse retiro foi
levar os policiais a comprovarem que a fé católica ajuda-os a cumprir seu dever
de servidores públicos e a constatar em seu trabalho uma forma de vivê-la.
Ele conclui: “Jesus é o Pastor. Mas não somos as ovelhas.
Somos os cães pastores. Somos chamados a proteger suas ovelhas”.
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Notas:
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