"Quem identifica, por confusão panteísta, Deus e o Universo, diminuindo Deus até à pequenez do mundo, ou engrandecendo o mundo até à altura de Deus, NÃO CRÊ EM DEUS."
Alberto Carlos Rosa Ferreira das Neves Cabral
Escutemos o Papa Pio XI, em
excertos da sua encíclica “Mit Brennender Sorge” promulgada em 14 de Março de
1937:
«E antes de mais nada, veneráveis irmãos, procurai que
a Fé em Deus, primeiro e insubstituível fundamento de toda a Religião,
permaneça pura e íntegra na Alemanha. Não se pode considerar como crente em
Deus, aquele que usa a palavra “Deus” nos discursos, mas só aquele que à
palavra atribui o nobre e verdadeiro conceito da Divindade.
Quem identifica, por confusão panteísta, Deus e o
Universo, diminuindo Deus até à pequenez do mundo, ou engrandecendo o mundo até
à altura de Deus, NÃO CRÊ EM DEUS.
Quem, segundo a concepção pré-Cristã dos antigos
germanos, toma o destino obscuro e impessoal pela Divina Pessoa de Deus, nega
por isso mesmo a Sabedoria e a Providência de Deus que “forte e suavemente vai
de uma à outra extremidade do mundo”(Sab 8,1) e leva todas as coisas a bom
termo. Quem assim concebe as coisas, não pode pretender ser do número dos que
crêem em Deus.
Quem toma da raça, ou do povo, ou do estado, ou da
forma do Estado, ou dos senhores do poder, ou de qualquer valor essencial à
comunidade humana – coisas que na cidade terrestre ocupam lugar honroso e justo
– para os deslocar da sua devida escala de valores, e elevá-los ao pedestal
onde os diviniza e presta culto idólatra – perverte e falsifica a ordem das
coisas criadas e estabelecidas por Deus, está longe da verdadeira Fé em Deus, e
da concepção de vida correspondente a essa Fé.
Vigiai, veneráveis irmãos, contra o abuso crescente
que se manifesta na palavra e na escrita, de empregar o Nome Três vezes Santo
de Deus, como uma legenda que se inscreve, vazia de sentido, sobre qualquer
produto, mais ou menos arbitrário, da especulação ou do sentimento humano; e
procurai que tal aberração encontre entre os vossos fiéis a vigilante repulsa
que merece. O nosso Deus é o Deus Pessoal, transcendente, omnipotente,
infinitamente perfeito, único na Trindade das Pessoas, e Trino na Unidade da
Essência Divina, Criador do Universo, Senhor, Rei, e último Fim da História do
mundo, QUE NÃO ADMITE, NEM PODE ADMITIR, OUTRAS DIVINDADES JUNTO A SI.
Este Deus deu-nos os Seus Mandamentos, como Soberano
Senhor, Mandamentos independentes, do tempo, do espaço, da Nação, ou da raça.
Como o Sol de Deus brilhou indistintamente para todo o Género Humano, assim a
Sua LEI NÃO RECONHECE PRIVILÉGIOS NEM EXCEPÇÕES. GOVERNANTES E GOVERNADOS,
COROADOS E NÃO COROADOS, NOBRES E HUMILDES, RICOS E POBRES, ESTÃO IGUALMENTE
SUJEITOS À SUA PALAVRA. Do conjunto dos Seus Direitos de Criador, deriva
igualmente a sua exigência de uma obediência absoluta dos indivíduos bem como
de toda a sociedade.
E esta exigência da sua obediência absoluta abraça
todos os ramos da actividade em que as questões de moral se devem harmonizar e
sujeitar à Lei de Deus, integrando-se a mutável lei humana na IMUTÁVEL LEI
DIVINA.»
A Essência Divina constitui o
Supremo e adorado Princípio, em sentido lógico e ontológico, não apenas de todo
o criado, como causa absoluta, mas igualmente de Si mesma, como Asseidade; na
exacta medida em que o Princípio da Razão suficiente se aplica também, e de forma
especialíssima, a Deus Nosso Senhor; pois que as criaturas não são o seu ser,
mas Deus É o Seu Ser. A Asseidade constitui a solução para toda a problemática
humana, real ou possível, mas a inteligência contingente, por mais excelsa que
seja, nem no Céu, nem na Eternidade, poderá compreender a razão última dessa
solução.
Os cientistas procuram
incessantemente um princípio físico-matemático que explique todo o Universo, do
denominado infinitamente grande, ao denominado infinitamente pequeno; TODAVIA
UM TAL PRINCÍPIO É TRANSCENDENTE E NÃO IMANENTE AO UNIVERSO. A RAZÃO ÚLTIMA DO
CRIADO RESIDE NO INCRIADO. Uma certa opacidade do real é metafìsicamente
inultrapassável para a inteligência contingente. Consequentemente, os
cientistas, por mais que progridam, mais ainda ignoram, porque quanto mais
exploram, mais se expande a visão do território inexplorado; daí uma certa
sensação de recomeço permanente, de eterno retorno, precisamente, porque a
razão última que anelam é transcendente e não imanente.
A grande riqueza noética dos
princípios radica-se no facto de estes, para uma mesma luz intelectual,
aumentarem a sua compreensão quando aumentam a sua extensão. Deus Nosso Senhor
conhece tudo o que é susceptível de ser conhecido, mediante um só Princípio que
é a Sua própria Essência. Deus não conhece por uma faculdade acidental, mas com
todo o Seu Ser Espiritual; Deus não necessita do concurso das criaturas para o
conhecimento que possui destas.
Os Anjos conhecem mediante
espécies representativas do mundo, e cada uma dessas espécies constitui um
princípio. Os Anjos de intelecto superior necessitam de menos espécies e
consequentemente o seu conhecimento é mais profundo, mais denso, e mais estável
do que o das espécies menos dotadas.
Um princípio concentra em si
mesmo, espiritual e intelectualmente, toda uma compreensão actual e virtual, da
qual é possível explicitar uma imensidade de consequências concretas, e até
mesmo outros princípios.
Como já foi referido, todos
os princípios, lògicamente considerados, representam de forma totalmente fiel a
realidade, exactamente porque o espírito que pensa a realidade, e a realidade
em si mesma, possuem como fundamento absoluto o Princípio que É por Si mesmo, o
Espírito Absoluto e Incriado. Aqui reside genèricamente a razão profunda da
eficácia objectiva da inteligência humana, o seu domínio relativo sobre a
realidade física, o progresso do conhecimento científico; pois que o seu
instrumento mais eficiente, mais assombroso – a Indução; é plenamente
justificado pelo facto de toda a natureza e todo o espírito haverem sido
criados por uma ÚNICA CAUSA ABSOLUTA E ANÁLOGA, CUJA RIQUEZA INFINITA FOI
METAFÍSICA E TRANSCENDENTALMENTE, EM MODO FINITO, TRANSFUNDIDA EM TODA A
CRIAÇÃO.
Concluímos assim, que Aquilo
que explica a fecundidade da inteligência criada (humana e angélica) é
igualmente o que explica a sua mesma limitação, a sua contingência.
A Fé Católica, enquanto
representação lógica na nossa inteligência, sustentada pela vontade, ensina-nos
Sobrenaturalmente Quem é Deus, o quão maravilhosa é a Sua vida íntima na
Comunidade das Três Pessoas; a Fé Católica ilustra-nos sobre o Mistério
dulcíssimo da Encarnação do Verbo, sobre a Redenção, pela Qual nos foi
restaurado o caminho do Céu; a Fé Católica esclarece a unidade profunda entre o
Dogma e a Moral, conferindo às almas um raizame, uma estabilidade, QUE SÒMENTE
A VERDADE PODE DAR. A Fé Católica é Divina e por isso o seu Depósito está
confiado a uma instituição também Divina, embora possuidora de elementos
humanos: A Santa Madre Igreja.
Ora, esse mesmo Princípio da
Fé Católica – tão infinitamente fecundo, com consequências tão magnìficamente
frutuosas para toda a vida humana, já neste mundo, e para toda a Eternidade, já
que o Céu deve iniciar-se, formalmente, já
aqui na Terra, pela Graça Santificante e a Caridade – NÃO SUPORTA A MENOR IMPUREZA, POIS QUE O MAIS
PEQUENO DEFEITO É SUMAMENTE AMPLIADO PELA INFINITA DIGNIDADE DA MESMA FÉ
CATÓLICA – CORROMPENDO-A. Tal como refere o aforismo escolástico: “Corruptio
optimi – Pessima!”
O princípio da liberdade
religiosa aprovado pelo concílio anti-Cristo, opugnando directamente à Fé
Católica, destrói a barreira objectivamente infrangível que separa todo o Bem
de todo o mal.
Como já se expendeu, dos
princípios deduzem-se necessàriamente consequências com eles homogéneas, no
plano da inteligência e no plano da vontade.
Constitui erro, procurar
sopesar as asserções dos diversos anti-papas, para os classificar como mais ou
menos afastados da Fé Católica. TODA A HISTÓRIA DA FALSA IGREJA CONCILIAR, É A
DA EXPLICITAÇÃO DO MORTAL PRINCÍPIO DA LIBERDADE RELIGIOSA, DE TODAS AS SUAS
CONSEQUÊNCIAS, DE TODOS OS SEUS FRUTOS ENVENENADOS. É asinário rasgar as vestes
de indignação perante as asserções de Bergoglio, e concomitantemente louvar o
“equilíbrio de São João Paulo II”. Exactamente, porque o princípio em que todos
eles se fundamentam e nutrem, É ESPECÌFICAMENTE SEMPRE O MESMO – O DA LIBERDADE
RELIGIOSA!
PORQUE ESTE DESGRAÇADO
PRINCÍPIO NÃO APENAS É CONSTITUTIVO DO AGNOSTICISMO OU DO ATEÍSMO, COMO SE
ESTABELECE COMO UM TIPO DE SIDA INTELECTUAL E MORAL, QUE TORNA TUDO POSSÍVEL.
Assinalemos o nazismo e o comunismo COMO CONSEQUÊNCIAS DIRECTAS DO LAICISMO, O
QUAL É CONSTITUTIVO DO ATEÍSMO, DO AGNOSTICISMO E DA LIBERDADE RELIGIOSA. É
assim lícito inferir um só princípio, ANTI-CATÓLICO, o qual se apresenta com
várias modalidades, conforme as conveniências da impiedade.
É profundamente errado e
nocivo para as almas, defender que Bergoglio e suas pretensas aberturas,
traíram o Vaticano 2. Não traíram, até o confirmaram – EXPLICITANDO-O! Na
realidade, o Vaticano 2 com a sua liberdade religiosa, da qual deduziu
correctamente, há que admiti-lo, a inversão das finalidades do matrimónio,
legitimou plenamente, a contracepção, o aborto, a sodomia, a eutanásia, as
“barrigas”de aluguer, E TUDO O MAIS QUE SE QUEIRA, POIS O VATICANO 2 DESTRUIU
EFICAZMENTE O PRINCÍPIO QUE TUDO ISSO IMPEDE, QUE TUDO ISSO PROÍBE, QUE TUDO
ISSO EXPROBRA, COM A FORÇA SOBRENATURAL DO SEU DOGMA E A CARIDADE DIVINA DA SUA
MORAL: A SACROSSANTA FÉ CATÓLICA.
É assim perfeitamente curial
afirmar: Se há liberdade religiosa – então VALE TUDO!
O princípio da liberdade
religiosa, afirmado e aprovado, obstinadamente, pelo Vaticano 2, deve ser
claramente equiparado à decisão existencial da pseudo-filosofia sartreana, que
no seu ateísmo postulatório, DECIDIU: NÃO HÁ DEUS! Efectivamente o referido concílio
procedeu contra toda a Sagrada Escritura, contra toda a Tradição, contra quase
dois mil anos de Magistério, e até mesmo contra uma razão naturalmente bem
formada. Entre os existencialistas sartreanos e o Vaticano 2 existe assim plena
comunhão na PROJECÇÃO E NO CULTO NO NADA, COM A AGRAVANTE SUBSTANCIAL QUE O
VATICANO 2 OPEROU QUASE SUBLIMINALMENTE, COM A APARÊNCIA DA AUTORIDADE DO
PRÓPRIO DEUS.
O Princípio da Fé Católica é
o Princípio da Lei Eterna, a Qual Se fundamenta em Si mesma e por Si mesma, na
unicidade da Essência Divina. O Princípio da Fé Católica, que é o Princípio da
Santidade, não concorre com nada que lhe seja estranho, porque é igualmente o
Princípio do Ser, que tudo informa, tudo compreende e tudo explica, QUER O
HOMEM QUEIRA, QUER NÃO.
O Vaticano 2 cometeu um crime
de deicídio prostituindo-se ao mundo, às suas falsas filosofias e às suas
falsas religiões. Isto é verdadeiro, MESMO QUE SEJA APENAS UM ÚNICO HOMEM A
AFIRMÁ-LO SOBRE A TERRA.
Infelizmente o homem comum
não vive de princípios, não tem princípios; é como aquele cidadão português que
mobilizado para a guerra do Ultramar se muniu com toda uma panóplia de
santinhos e medalhas. Terminada a sua comissão de serviço, vendo-se ileso,
lançou ao lixo todas as medalhas e todos os santinhos – E NO DIA SEGUINTE
MORREU DE DESASTRE! Com raríssimas excepções, sempre foi esta a “religião” dos
portugueses, e dos povos latinos em geral. Para mal dos nossos pecados, e com
as devidas e honrosas excepções, é esta a “religião” que, hoje como ontem, alimenta
Fátima. Com uma “religião” assim, como é que se poderia ter resistido à grande
apostasia conciliar?
VIVAMOS, VIGOROSAMENTE, DE
PRINCÍPIOS, VIVAMOS E MORRAMOS PELA SACROSSANTA FÉ CATÓLICA, APOSTÓLICA,E
ROMANA.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR
JESUS CRISTO
Lisboa, 27 de Maio de 2016
Alberto Carlos Rosa Ferreira
das Neves Cabral
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