“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do
Menino Jesus”
Luis
Dufaur
Árvore de Natal,
árvore de Cristo
Depois do Presépio, a Árvore de Natal é
o símbolo mais expressivo da época natalina — sobretudo em tempos passados, nos
quais o aspecto comercial do Natal não era tão protuberante e agressivo.
O inventor da árvore de Natal foi São
Bonifácio, o apóstolo e evangelizador da Alemanha.
Em 723 São Bonifácio derrubou um enorme
carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar.
Para convencer o povo e os druidas de
que não era uma árvore sagrada, ele abateu-a.
Esse acontecimento é considerado o
início formal da cristianização da Alemanha.
Na queda, o carvalho destruiu tudo o
que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro.
Segundo a tradição, São Bonifácio
interpretou esse fato como um milagre. Era o período do Advento e, como ele
pregava sobre o Natal, declarou:
“Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus”.
O costume de plantar pequenos pinheiros
para celebrar o nascimento de Jesus começou e estendeu- se pela Alemanha.
E no século XIX, a Árvore de Natal —
também conhecida em alguns países europeus como a “Árvore de Cristo” —
espalhou-se pelo mundo inteiro como símbolo da alegria própria ao Natal para se
festejar o nascimento do Divino Infante.
(Fonte: Guia de
Curiosidades Católicas, Evaristo Eduardo de Miranda)
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São Bonifácio derruba árvore sagrada pagã. Emil Doepler (1855 – 1922). Uma santa truculência atraiu a bênção da árvore de Natal. |
A primeira Árvore
de Natal surgiu pelas santas machadadas de São Bonifácio
Quando pensamos em um santo, talvez num
primeiro momento não consideramos que essa pessoa seja ousada, empunhe um
machado, um martelo ou que derrube árvores como os carvalhos.
Entretanto, existe um santo assim: é
São Bonifácio.
Este santo nasceu na Inglaterra por
volta do ano 680.
Ingressou em um monastério beneditino
antes de ser enviado pelo Papa para evangelizar os territórios que pertencem a
atual a Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois como bispo.
Sob a proteção do grande Charles Martel,
Bonifácio viajou por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que já tinham
abraçado o catolicismo e levou a luz de Cristo àqueles que ainda não o
conheciam.
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A Árvore de Natal: símbolo católico pelo apostolado de São Bonifácio. |
O escritor Henry Van Dyke o descreveu
assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree (A
primeira árvore de natal):
“Que
pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma lança e
forte como um cajado de carvalho.
“Seu rosto ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada pelo sol e pelo o
vento.
“Seus olhos cinzas, limpos e amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das
suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou”.
Aproximadamente no ano 723, São Bonifácio viajou com um pequeno grupo de
pessoas na região da Baixa Saxônia.
“O Carvalho do Trovão”
Ele conhecia uma comunidade de pagãos
perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam um sacrifício humano (onde
a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base de um
carvalho o qual consideravam sagrado e que era conhecido como “O Carvalho do
Trovão”.
São Bonifácio, acatando o conselho de
um bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a
vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por
um raio lançado por Thor.
O Santo e seus companheiros chegaram à
aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício.
Com seu báculo de bispo na mão, São
Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam reunidos na base do Carvalho do
Trovão e lhes disse:
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São Bonifácio não foi ecumênico e cortou a árvore do falso deus Thor. |
“Aqui
está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do
Thor, o deus falso”.
O verdugo levantou um martelo para
matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício.
Mas, São Bonifácio estendeu seu báculo
para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande martelo de pedra e
salvou a vida deste menino.
Escutai filhos do
bosque!
Logo, São Bonifácio disse ao
povo:
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Após derrubar a árvore da superstição, São Bonifácio prega a verdadeira árvore da vida: Nosso Senhor Jesus Cristo. |
“Escutai
filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que piedade se
derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo, o
Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade.
“Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que
Freya, o Bom. Desde sua vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem
chamaram em vão, é a morte.
“No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta forma,
a partir de agora vocês começarão a viver.
“Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou
destruí-la”.
Então, São Bonifácio pegou um machado
que estava perto dele e, quando o brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande
rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore, inclusive as suas
raízes.
A árvore caiu no chão, quebrou-se em
quatro pedaços.
Depois deste acontecimento, o Santo
construiu uma capela com a madeira do carvalho.
O “Apóstolo da Alemanha” continuou
pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o
assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus.
São Bonifácio olhou mais à frente onde
jazia o carvalho e assinalou um pequeno pinheiro e disse:
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Relíquia de São Bonifácio venerada na catedral de Fulda, Alemanha. |
“Esta
pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta
noite.
“Esta é a madeira da paz…
“É o sinal de uma vida sem fim, porque suas folhas são sempre verdes. Olhem
como as pontas estão dirigidas para o céu.
“Terá que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no
bosque selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações
sangrentas, mas presentes amorosos e gestos de bondade”.
Desta forma, os alemães começaram uma
nova tradição, a qual foi estendida até os nossos dias.
Ao trazer um pinheiro a seus lares,
decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o nascimento do Salvador, o
Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o que hoje conhecemos como a
árvore de Natal.
Árvore de Natal:
uma tradição requintada por Santos e reis católicos
O costume de ornar um pinheiro nas
festas de Natal data dos tempos do Papa São Gregório Magno (540-604), que
impulsionou a cristianização das tribos germânicas no início da época medieval.
Estas tribos tinham o costume esdrúxulo
de adorarem árvores e lhes oferecerem sacrifícios.
Os missionários e monges aproveitaram
então a forma triangular do pinheiro para explicar aos bárbaros o mistério da
Santíssima Trindade.
Mas as coisas não eram fáceis.
A primeira árvore de Natal remonta ao
longínquo ano 615. São Columbano, monge irlandês fora à França para abrir
mosteiros.
Mas a indiferença dos habitantes era
tal que ele estava quase desanimando.
Numa noite de Natal, teve ele a ideia
de cortar um pinheiro, única árvore verde nessa época do ano e iluminá-lo com
tochas.
Todo mundo ficou intrigado.
A aldeia correu em peso a ver a
maravilha.
Então o santo monge pregou o nascimento
do Menino Jesus!
Mas são muitas as cidades que disputam
a autoria da encantadora árvore.
Segundo muitos, ela nasceu na Alsácia.
Lá, na cidade amuralhada de Sélestat, o imperador Carlos Magno passou a Santa
Noite do ano 775.
Teria sido ele o inspirador da primeira
árvore de Natal.
Posteriormente, os habitantes da cidade
deram forma definitiva à arvore natalina católica.
Porém, o documento mais antigo que há
em Sélestat é de 1521.
A cidade de Riga, na Letônia, diz ter
sido a primeira em expor uma árvore de Natal no ano do Senhor de 1510.
É certo que no século XVI a árvore de
Natal era montada no coro das igrejas da Alsácia representando a árvore do
Paraíso.
Ela era ornamentada com maçãs para
lembrar o fruto da tentação dos primeiros pais.
Mas tinha também representações de
hóstias figurando os frutos da Redenção.
Elas também contavam com anjos,
estrelas de papel e muitas outras decorações.
Escolhendo a árvore do Paraíso como
símbolo das festividades do Natal, a Igreja Católica estabeleceu uma ponte
entre o pecado de Adão e Eva numa extremidade, e a vinda de Jesus, o novo Adão
que veio regenerar a humanidade nascendo do seio virginal da nova Eva, Nossa
Senhora, na outra.
É fato assente que o costume
generalizou-se na França quando a princesa Hélène de Mecklembourg o trouxe a
Paris em 1837, após seu casamento com o duque d’Orléans.
Em 1841, o príncipe consorte Alberto,
esposo da rainha Vitória da Inglaterra, ergueu uma árvore de Natal no castelo
de Windsor.
A partir da corte inglesa, então a mais
influente da terra, o católico costume propagou-se para todo o povo inglês, e
de ali para o mundo inteiro.
O Pinheiro
natalino, tradição católica medieval
No Natal, 88% dos alemães enfeitam suas casas com um pinheirinho.
Eles empregam mais de 1,5 bilhão de
reais em mais de 28 milhões de árvores tiradas de 38 mil hectares plantados
para este fim — informou a Deutsche Welle.
Muitas famílias derrubam a própria
árvore. A variedade preferida é abeto do Cáucaso.
A tradição de enfeitar árvores no Natal
provém da Idade Média.
A cidadezinha alsaciana de Sélestat é
uma das que reivindicam a paternidade da tradição.
Segundo a tradição local, numa noite de
Natal, o imperador Carlos Magno pernoitou na localidade e mandou ornar uma
árvore para comemorar o nascimento do Menino-Deus.
A partir de então, Sélestat instala
solenemente uma árvore natalina na sua igreja principal.
A origem das
maravilhosas bolas de Natal
Aproxima-se o Natal e os olhares de
voltam para as bolas natalinas sem que muitos saibam sua maravilhosa origem.
Nos primeiros séculos da árvore de
Natal, colocavam-se frutas sobre tudo maçãs vermelhas e bem brilhantes que as
crianças comiam na festa de Reis.
Porém em 1847, Hans Greiner, um mestre
vidreiro de Lauscha, cidade alemã da Turíngia, quis agradar seus filhos e
imitou com vidro as frutas e nozes que pendiam da árvore natalina.
Em 1858, uma grande seca deixou sem
maçãs e frutas a região de Vosges e Mosela na França.
Foi então um artesão vidreiro de
Meisenthal que fabricou suas maravilhosas bolas. Cfr.: Wikipedia.
As bolas natalinas de vidro alemãs e
francesas começaram a conquistar as preferências.
Mas quando a rainha Victoria da
Inglaterra manifestou seu entusiasmo pela árvore de Natal cheia de adornos
cristalinos todo o mundo quis ter algo semelhante.
Os EUA consumiam fabulosas quantidades
das bolas de Lauscha e novos fabricantes e novos materiais apareceram.
Após a II Guerra Mundial, o socialismo
soviético, espécie de demônio da feiura anticristã estatizou as fábricas de
Lauscha que acabaram fechando.
Com a queda do comunismo, reviveram as
antigas tradições e a produção retomou na cidade.
No mundo todo em cada Natal produz-se
mais de 100 milhões dessas bolas filhas do sorriso indizível da Civilização
Cristã.
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