“Não
vos levantastes contra nem opusestes um muro em defesa da casa de Israel, de
modo a entrardes em luta no dia do Senhor”
“Não seguiremos os pastores que se encontram no erro.” Manifesto de
resistência dos pró-vida ao papa Bergoglio.
Por Emmanuele Barbieri[1], Corrispondenza romana, 13 de dezembro de 2017. Tradução:
André Sampaio | FratresInUnum.com[2]
– Nos mesmos dias em que o papa
Francisco atribui valor magisterial[3] à declaração
dos bispos argentinos em favor dos divorciados recasados[4],
trinta e sete movimentos pró-vida e pró-família de treze diferentes nações vêm
a campo com uma histórica declaração de separação dos erros do papa Bergoglio.
“Se existe conflito entre as palavras
e os atos de qualquer membro da hierarquia, até mesmo do papa, e a doutrina que
a Igreja sempre ensinou, permanecemos fiéis ao ensino perene da Igreja. Se
abandonássemos a fé católica, nós nos separaríamos de Jesus Cristo, a quem
queremos estar unidos por toda a eternidade.” É este o ponto básico da Promessa
de fidelidade ao ensinamento autêntico da Igreja, difundida no site http://www.fidelitypledge.com[5], sob o título “Fiéis à verdadeira doutrina, e não aos
pastores que se encontram no erro”, para expressar a resistência dos líderes
dos principais movimentos internacionais pró-vida e pró-família frente às
palavras e aos atos de muitos pastores, inclusive do próprio papa Francisco,
que contradizem o ensino da Igreja. Um dos signatários mais conhecidos, John-Henry
Westen, cofundador e diretor do LifeSiteNews[6], o maior portal internacional de defesa da vida e da
família, declarou: “Hoje, mesmo em algumas fiéis fortalezas católicas,
preocupações acerca do aquecimento global têm tido precedência sobre o
holocausto de crianças no útero materno; o desemprego juvenil tem tido primazia
sobre a ameaça que pende sobre a alma dos nossos filhos pelo desvio sexual; e a
imigração tem sido sobreposta à evangelização. A confusão deve terminar, e é
chegado realmente o momento de traçar uma linha fronteiriça sobre a areia”.
Outro notável signatário, John
Smeaton, diretor da Society for the Protection of the Unborn
Children (SPUC), que é a mais antiga organização pró-vida do mundo,
declarou, por sua vez: “A fé católica foi, para muitos dos nossos apoiadores, a
fonte de sua clareza acerca do valor de cada vida humana e do consequente dever
de proteger todas as crianças não nascidas, sem exceção. A propagação da
negação dos absolutos morais em toda a Igreja tem o potencial de destruir tudo
aquilo que o movimento pela vida fez nos últimos 50 anos: o front deslocou-se,
dos campos de batalha políticos nacionais e de instituições internacionais como
a ONU, para o coração da Igreja Católica. Nos últimos dois anos, o papa
Francisco e as autoridades vaticanas cederam à “cultura de morte”,
apoiando os objetivos de desenvolvimento sustentável pró-aborto das
Nações Unidas[7] e promovendo a agenda
do lobby internacional pró-educação sexual através da Amoris
laetitia[8] e do programa pornográfico de
educação sexual elaborado pelo Pontifício Conselho para a Família[9]. Tudo isso tem um efeito direto sobre crianças reais
e famílias reais”. “Devemos incessantemente pedir aos nossos sacerdotes e
bispos que ensinem a inteireza da doutrina da Igreja e não colaborem, nem por
um momento, para a propagação dos erros que tragicamente vêm sendo difundidos
por Sua Santidade, o papa Francisco, e por muitos outros membros anciãos da
hierarquia. Se não sairmos para assumir esse posicionamento, falharemos no
nosso dever para com as crianças frágeis e vulneráveis por cuja proteção
estamos empenhados.”
Outras históricas associações aderem
à Promessa de fidelidade. Entre elas, estão: SOS
Tout-Petits, cujo fundador, o médico Xavier Dor, foi
preso onze vezes por se ter manifestado contra o aborto; a Alianza
Latinoamericana para la Familia, de Christine de Marcellus Vollmer; e
a Family of the Americas, de Mercedes
Arzú Wilson. Tanto Christine Vollmer quanto Mercedes Wilson serviram
por anos na delegação da Santa Sé junto à ONU e foram chamadas por João Paulo
II a fazer parte da Pontifícia Academia para a Vida, da qual foram
“licenciadas” em 2016 juntamente com outros ilustres membros[10],
tais como Philippe Schepens, fundador da World Federation of Doctors Who
Respect Human Life, e Thomas Ward,
presidente da National Association of Catholic Families,
os quais também assinaram a declaração em nome de suas associações. Vai depois
citada a importante presença de Judie Brown, presidente da American Life League,
a mais antiga organização pró-vida dos Estados Unidos, e, entre os muitos
signatários daquele país, o produtor do filme pró-vida Bella[11], Jason Jones, fundador
do I Am Whole Life. Outras duas destemidas combatentes na defesa da
vida e da família que assinaram o documento são: da Nova
Zelândia, Coleen Bayer (Family Life International), e, da Romênia,
a Dr.ª Anca Maria Cernea, representante da conferência
episcopal de seu país durante o Sínodo sobre a Família de 2015 (Ioan
Barbus Foundation). Na Alemanha, adere Mathias von Gersdorf, da
popular Aktion Kinder in Gefahr, e, na França, Guillaume
de Thieulloy, diretor do muito difundido blog Salon Beige, Bernard Antony (Chrétienté-Solidarité), François Legrier (Mouvement Catholique des Familles), Jean-Pierre Maugendre (Renaissance Catholique), Yves Tillard (Action Familiale et Scolaire). Na
Itália, além da associação Famiglia Domani, fundada há 30 anos pelo
marquês Luigi Coda Nunziante, há a Fondazione Lepanto (Roberto de Mattei), Federvita Piemonte (Marisa
Orecchia), Il Cammino dei Tre Sentieri (Corrado Gnerre), Ora et
Labora in difesa della Vita (Giorgio Celsi), Famiglie Numerose
Cattoliche (Vittorio Lodolo d’Oria), Voglio Vivere (Samuele
Maniscalco), SOS Ragazzi (Diego Zoia).
A Promessa de fidelidade enumera
uma série de declarações e ações de pastores da Igreja sobre temas como
contracepção, homossexualidade, divórcio e ideologia de gênero que “causaram
danos imensuráveis à família e aos seus membros mais vulneráveis”, e afirma:
“Nos últimos cinquenta anos – se lê –, o movimento pró-vida e pró-família
cresceu em dimensão e escopo para fazer frente a esses graves males, que
ameaçam tanto o bem temporal quanto o bem eterno da humanidade. O nosso
movimento reúne homens e mulheres de boa vontade provenientes de uma grande
variedade de âmbitos religiosos. Estamos todos unidos na defesa da vida e dos
nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis, por meio da obediência à lei natural,
impressa em todos os nossos corações (cf. Rm 2, 15). Por outro
lado, nesta última metade de século, o movimento pró-vida e pró-família se
confiou de modo particular ao ensinamento imutável da Igreja Católica, que
afirma a lei moral com a máxima clareza. É, então, com profunda dor que nos
últimos anos temos constatado que a clareza doutrinal e moral relativa a
questões ligadas à tutela da vida humana e da família tem sido, cada vez mais,
substituída por doutrinas ambíguas e até mesmo diretamente contrárias ao
ensinamento de Cristo e aos preceitos da lei natural”.
“Como líderes católicos pró-vida e
pró-família – continua o documento – declaramos a nossa completa obediência à
hierarquia da Igreja Católica no legítimo exercício de sua autoridade. Todavia,
nada poderá, jamais, convencer-nos ou obrigar-nos a abandonar ou contradizer
qualquer artigo da fé e da moral católica. Se existe conflito entre as
palavras e os atos de qualquer membro da hierarquia, até mesmo do papa, e a
doutrina que a Igreja sempre ensinou, permanecemos fiéis ao ensino perene da
Igreja. Se abandonássemos a fé católica, nós nos separaríamos de Jesus Cristo,
a quem queremos estar unidos por toda a eternidade. Nós, subscritos, prometemos
que continuaremos a ensinar e propagar os princípios morais supracitados e
todos os outros ensinamentos autênticos da Igreja e que nunca, por razão
nenhuma, nos afastaremos disso.”
A Promessa
de fidelidade, que se situa na linha da Filial súplica[12] de
setembro de 2015 e da Correctio
filialis[13] de setembro de 2017, se destaca pelo número e pela posição dos
signatários, aos quais se reportam centenas de milhares de militantes pró-vida
e pró-família em todo o mundo. Ignorar-lhes a mensagem seria um grave erro da
parte da Santa Sé.
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